sábado, 30 de abril de 2011

Entrevista Portugal Rebelde

Entrevista "Retoques"
Blog Portugal Rebelde
30 Abril 2011

Hoje em "Discurso Direto" subimos pela encosta serrana de Águeda acima, a tradição está livre e existe hoje. Luís Fernandes é o convidado desta "viagem" pela serra do Caramulo, à procura de modinhas, que um dia os Toques de Caramulo irão "retocar" à luz da modernidade.

Portugal Rebelde - Depois “Toques do Caramulo... é ao Vivo!” (2007), chega finalmente o vosso 1º disco de estúdio, “Retoques”. As antigas canções que vieram da Serra do Caramulo, foram agora “retocadas” com um “toque” de modernidade?

Luís Fernandes - Assim é. Em "Retoques" procuramos uma actualização estética que nos permita passagem a mensagem de uma música velha para um público novo. O património de cantigas esquecidas da zona serrana do concelho de Águeda merece esse esforço de criatividade.

PR - “Retoques” começa com uma homenagem a Américo Fernandes (que foi maestro da Orquestra Típica de Águeda) e termina com uma remistura da “Trigueirinha” onde surge, por entre as electrónicas, a voz de David Fernandes, numa ligação, digamos umbilical, às raízes desta música. O Grupo assume desta forma a Tradição, mas também a “reinventa”. Concordas?

LF - Concordo.

PR - Sara Vidal, a magnífica cantora portuguesa do grupo galego Luar na Lubre, participa em alguns temas deste trabalho com voz e pandeireta galega. Queres falar-nos um pouco deste contributo?

LF - Foi um dos convites naturais para este disco. Há cumplicidades artísticas que gostamos de alimentar e a ocasião de um disco permite juntarmos vários amigos à volta de um projecto muito desejado como foi Retoques. Assim foi, não só com a Sara Vidal, como com o Abílio Liberal (tuba), o João André (cajón), o David Fernandes e até a magnífica miudagem do Coro Infantil da d’Orfeu.

PR - Numa frase apenas - ou duas - como caracterizarias este "Retoques"?

LF - Arejamos modinhas com o mesmo espírito criativo de quem, um dia, as inventou. O mesmo desprendimento, a mesma alegria. Só o tempo é outro: no calendário e no compasso. Pela encosta serrana de Águeda acima, a tradição está livre e existe hoje. Por isso, este disco dos Toques não é mais que Retoques.

PR - Depois do disco, vamos ter a oportunidade de ouvir as canções de “Retoques” no palco?

LF - Já estamos a ter. A digressão “Retoques” vai passar por tantos locais quanto possível. A agenda de Abril, mês do lançamento, está a ser intensa, de norte a sul, mas continuaremos na estrada e no ar durante os próximos meses. Para um colectivo como Toques do Caramulo a vivência do palco é imprescindível para dar alma ao disco.

PR - “Retoques” chega às lojas com selo d'Eurídice, o braço editorial da d'Orfeu. Esta é também mais uma aposta da d’Orfeu?

LF - Com certeza. Depois de “Contexto e Significado”, o livro-filme dos 15 anos da Associação, que marcou a estreia editorial da d’Eurídice, aqui está “Retoques” como produto artístico integralmente made in d’Orfeu: das gravações ao grafismo, da produção à promoção, todo o trabalho é desenvolvido no seio da equipa d’Orfeu.

PR - Para terminar, os Toques do Caramulo, querem contribuir de alguma forma, para que a Música Portuguesa goste dela Própria?

LF - Se o contributo é grande ou pequeno, só o público o dirá, mas para quem se dedica a resgatar e rejuvenescer música tão marcadamente tradicional de um território geográfico em concreto, só pode sentir-se realizado e a fazer a sua parte para um desígnio global da Música Portuguesa.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Entrevista Cultura Independiente

Entrevista d'Orfeu
Web Cultura Independiente


1. A Associação d'Orfeu existe desde 1995, ano exacto da criação do Ministério da Cultura propriamente dito, com o objectivo de impulsionar novas oportunidades para desenvolver programas culturais mais vanguardistas. Coincidência ou casualidade?

Mera coincidência. Pode, quando muito, querer dizer que àquela época terá sido incontornável, tanto nos gabinetes institucionais como nos pequenos movimentos de artistas que se associaram, o impulso por uma estruturação formal das artes e da cultura.


2. Podemos considerar o vosso projecto, um projecto já consolidado e sustentável? Desde 1995 quais têm sido as maiores dificuldades, os maiores desafios e as conquistas mais saborosas?

A consolidação e sustentabilidade do projecto, das suas marcas, essa é uma realidade ao fim de 15 anos. Já ao nível estrutural e financeiro, tal depende sempre de doses cavalares de criatividade e utopia, pois os recursos são escassos para tamanha actividade e responsabilidade. O grande desafio é, pois, a sobrevivência estrutural por forma a manter um hábito de conquistas culturais - que já são tantas, não sendo sequer possível destacar – que garanta um futuro de realização profissional e artística à sua equipa, bem como uma contínua oferta de referencia para o público.


3. Do vosso orçamento, que percentagem representa o apoio concedido por parte do Ministério da Cultura e o apoio concedido por parte do Município de Águeda?

O tripé financeiro é constituído, grosso-modo, por um terço de financiamento estatal, via MC / DGArtes (no âmbito dos Acordos Tripartidos), outro terço pelo conjunto de Protocolos com Municípios parceiros (Águeda, Albergaria-a-Velha, Estarreja, Ovar e Sever do Vouga) e, por fim, um último terço de auto-financiamento e receitas próprias.

4. Descreve o impacto sócio-económico que a actividade da Associação tem tido na área centro do País e indica quais são os factores de observação.

A proposta artística da d'Orfeu assegura uma oferta cultural de carácter identitário mas com
vocação contemporânea, fazendo a síntese entre a tradição e a inovação, sendo um parceiro
estratégico e dinâmico para o débito cultural da região, respeitando por um lado as suas
idiossincrasias e, por outro, estimulando a educação cultural das populações, em complemento das políticas culturais locais. Além disso, concretiza as mais-valias de uma concertação intermunicipal para uma oferta cultural de referência, com benefícios locais e economia de escala resultantes de uma estratégia de programação em rede.


6. Como analisam o sector cultural independente em Portugal e quais são as estratégias para consolidar um projecto cultural independente? No âmbito da crise económica generalizada de que modo este sector pode tirar proveito?

Através da singularidade das propostas, por um lado, e da exigência qualitativa, por outro. Por mais que os tempos tendam a privilegiar o consumo em detrimento da fidelização, o entretenimento em vez do sentido artístico, o sector cultural independente fará a diferença se se mantiver fiel à sua missão, sem concessões. Caso contrário, não será cultural, muito menos independente.

sábado, 23 de abril de 2011

Uma semana de "Retoques" no Cantos da Casa

Na semana de 18 a 22 de Abril, "Retoques" foi disco em destaque no programa "Cantos da Casa", de Armando Carvalhêda, na Antena 1. Cada dia com a sua canção.


18 Abril | É um Ar Que Lhe Dá


19 Abril | Duas Libras


20 Abril | A Água do Rio Leva


21 Abril | Já Vou Chegando à Serra


22 Abril | Laranjinha

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Retoques" com a bênção dos "Santos da Casa"

Fausto da Silva à conversa com Lara Figueiredo e Aníbal Almeida sobre o disco RETOQUES, dos Toques do Caramulo, no programa "Santos da Casa" da Rádio Universidade Coimbra.

terça-feira, 19 de abril de 2011