Reportório Osório é a mais recente criação d’Orfeu. "Canções com Umor" é um disco que chega ao mercado com edição d'Eurídice.
Esta aposta do braço editorial da d'Orfeu, conta com produção,
gravação, mistura e masterização de Rui Oliveira e ilustrações, direcção
editorial e grafismo de Léa López. O projecto começou a apresentar-se
ao vivo em meados do último ano, tendo obtido o 1º Prémio do Festival
INATEL 2013 e realizado cerca de uma dezena de apresentações, acolhendo
as primeiras excelentes críticas e fazendo seguidores pelo país. Luís
Fernandes, apresenta em "Discurso Direto" as "Canções de Umor", uma colecção de canções, um desfiar de histórias pessoais no masculino, quase sempre íntimas.
Portugal Rebelde - Depois d´Os
Toques do Caramulo, esta é a mais recente criação d´Orfeu. Como é que
surgiu a ideia para este Reportório Osório?
Luís Fernandes - Surgiu a
partir de músicas do compositor Luís Cardoso, então concebidas para uma
fanfarra de sopros e para um espectáculo instrumental que nunca chegou à
cena. A minha convivência com uma gravação de ensaio levou-me ao
atrevimento de escrever letras para essas músicas, que eu achava e acho
magistrais. Daí ao fio condutor, em que personagens masculinos discorrem
os seus problemas afectivos, foi um ápice. E ao humor dessas pequenas
desgraças caseiras juntou-se o acordeão da Sónia Sobral, o perfeito
contraponto tanto aos homens do Reportório Osório como à ideia de uma
música sofisticada não o parecendo.
PR - Neste projecto estreias-te como letrista. Queres falar-nos um pouco desta tua nova faceta?
LF - Sempre usei as palavras
de forma criativa, às vezes mesmo em contextos formais. Embora músico de
formação, fui desenvolvendo uma componente teatral nos projectos
artísticos que me levou para um universo em que o texto é também um
instrumento. Foi com alguma surpresa que me dei conta do potencial
destas canções, escritas de forma absolutamente espontânea e que, à
partida, para mais não serviriam que partilhar em rodas de amigos. Fui
vencido e convencido pelas canções.
PR - De que é que nos falam estas “Canções de Umor”?
LF - De um punhado de homens,
cada qual com o seu identificado nome, mais os seus problemas
afectivos. Usando as desgraças do amor para chegar às graças do humor.
Perdendo o "h" pelo caminho, que não aceitou continuar mudo.
PR - Numa frase apenas – ou talvez duas – como caracterizarias este disco?
LF - Tal como no espectáculo
ao vivo, este disco é uma colecção de canções, um desfiar de histórias
pessoais no masculino, quase sempre íntimas, do dilema ao dilúvio em
poucas estrofes. Mas é também um objecto fantástico, gravado pelo Rui
Oliveira e ilustrado pela Léa López, numa edição - mais uma - da
d'Euridice, o braço editorial da d'Orfeu.
PR - As “Canções de Umor” estão
na estrada com uma tour nacional de 15 concertos. Como é que o público
tem reagido a estas canções?
LF - Lindamente. Andamos a
percorrer uma diversidade de espaços, de auditórios a café-concerto,
pelo que os públicos são também muitos distintos. E isso é uma riqueza
pois, nesse contacto com tanta gente diferente, o espectáculo cresce e
as canções conquistam sempre mais admiradores. Ou, pelo menos, quem se
identifique com elas. E isso não falta.
PR - Reportório Osório vem provar
que as relações afetivas podem e devem tratar-se com “umor”. Este, é um
disco de canções irónicas ou heroicas?
LF - O heroísmo é uma ironia.
Portugal Rebelde | 6 Abril 2014
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